terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Congratulations

Despertei do meu sono com algumas vozes misturadas sussurrando enquanto eu estava ali hipoteticamente dormindo, permaneci com os olhos fechados enquanto ouvia as vozes que continuavam em sussurros.

-Como ela pode fazer isso, olha o estado que a (S/n) ta!- Ouvi a voz de Justin primeiramente, sua voz estava carregada, ele estava com raiva.

-Ela não me explicou direito o que aconteceu Justin, eu só sei que ela terminou com a (S/n) ontem a tarde, ela não falou direito só me trouxe aqui para que eu pegasse as coisas dela.- A outra voz pertencia a Dallas que falava calma, tentando acalmar também Justin.

-Demi só pode ter ficado maluca de terminar o namoro dois dias antes do aniversário da (S/n)...- Miley iniciou sendo cortada por Justin em seguida.

-Dois dias antes do aniversário dela e sem nenhum motivo, porque ela pode dizer qualquer coisa menos que a (S/n) fez algo, não tem ninguém que amou mais outra pessoa como a (S/n).- Falou ele.

-Dessa vez eu vou estar aqui para confortar a (S/n), Demi foi fria em fazer isso de uma hora para outra.- Dallas afirmou.

-Eu sabia que não ia acabar bem, sabia. Que droga ninguém pode fazer isso com a (S/n), ninguém, olha o estado dela.- Justin disse embriagando a voz, ouvi Miley o abraçando e falando algo que eu não pude entender.

Abri meus olhos devagar para que eles se acostumassem com a luz e assim que mexi um músculo do corpo minha cabeça pareceu ser martelada por milhões de marretas, gemi de dor fazendo eles me olharem, com cuidado me sentei vendo Miley e Dallas sentadas na poltrona e Justin vindo até meu lado, ele fez um sinal com a cabeça e as duas subiram para os quartos.

-Ontem dei um corte bonito numa morena da festa.- Falei fazendo-o rir.

-O que você falou?- Justin questionou continuando o assunto.

-Ela sentou no meu colo e perguntou o que (Seu nome completo) fazia numa balada naquelas horas, aí eu disse que queria diversão, ela se insinuou e eu disse que queria diversão mas não com ela, ficou puta da cara e saiu, foi engraçado.- Respondi vendo-o negar com a cabeça.

-Então é...- Ele iniciou enrolando.

-Sim ela terminou comigo. Sim eu sai ontem e me embebedei porque ela ferrou comigo e eu sinceramente sinto como se tivesse me jogado na frente de um caminhão, porque a merda disso tudo é que eu amo ela Jus, eu a amo e ela foi embora de uma hora para outra, tudo o que eu sempre disse que tinha medo aconteceu, a pessoa que eu amava foi embora.- Assim que disse comecei a chorar de novo, Justin se ajoelhou na minha frente e secou minhas lágrimas.

-Mas porque ela fez isso?- Perguntou.

-Ela falou coisas estranhas, fez com que eu sentisse que era minha culpa o que provavelmente é, ela disse que eu não sabia os motivos para amá-la e não podia continuar assim. Mas qualquer um sabia que ela é tudo para mim e que eu a amo, ela falou coisas sem sentido e sinceramente a minha culpa nisso tudo foi me apaixonar.

O silêncio pairou e Justin se levantou sentando ao meu lado novamente me abraçando, assim que minhas lágrimas cessaram ele avisou que iria ajudar as garotas com as coisas e que eu podia tomar um banho enquanto isso. Depois de um tempo resolvi ver como as coisas estavam, me encostei na porta e fiquei os olhando, os três estavam colocando todas as coisas da Demi em três malas gigantes, assim que percebi estava chorando e eles estavam me olhando, Justin veio até mim novamente e olhou em meus olhos.

-Eu vou tomar um banho e depois vou ajudar você a escrever uma música para tirar toda a dor, vai ali e termina de fechar as malas, vai doer eu sei, mas faz isso para deixar partir, faz dessa uma maneira de se despedir.- Logo após terminar, beijou minha testa e entrou no banheiro de um dos quartos.

Entrei no quarto e olhei em volta, tudo estava ali, uma história estava ali, várias daquelas roupas eu usava freqüentemente porque tinham o cheiro do perfume de Demi, seus perfumes e suas fotos estavam guardados ali, seus diversos cuturnos ocupando uma mala inteira junto com seus sapatos de salto incrivelmente altos, havia maquiagem, batons, rimeis, haviam brincos e jóias, meus olhos porém pausaram em um urso de pelúcia, automaticamente me lembrei dele.
Havia dado ele a Demi quando ela voltou de Londres depois de dois meses, ele segurava uma flor que dentro tinha uma de nossas fotos, toda vez que você o apertava minha voz soava dizendo "eu te amo amor", lembro que aquele presente a fez chorar no aeroporto assim que desceu do avião.

-O urso tira ele da mala, pode estragar.- Avisei Dallas que o retirou entregando-me.

-Vamos fechar as coisas e eu ajudo vocês a levar até lá em baixo ok?!- Disse a elas que assentiram.

Fechamos as três malas e quando percebi Miley e Dallas estavam se olhando quase rindo tentando levantar as malas, assim que vi as caras engraçadas dela soltei um riso.

-Vocês não conseguem levantar as malas né?- Perguntei.

-Qualé, a única que faz academia aqui é você.- Dallas respondeu.

-Parece que alguém com codinome Rainha das Festas, terá que fazer todo o trabalho.- Miley falou rindo.

-Sabia que ainda ia sobrar para mim, vocês duas pegam uma e deixa que eu vou levando as outras duas.

As duas foram na frente deixando as portas abertas e indo até o carro, coloquei uma das malas nas costas já que estas tinham alças iguais de mochila, peguei o ursinho na cama e a outra mala carreguei na minha mão. Quando terminei de colocar as malas abri a porta de trás do carro ouvindo Miley dizendo em seguida "não!", olhei para ela revirando os olhos e assim que olhei para dentro do carro vi Demi sentada, no mesmo segundo meus olhos se encheram de lágrimas e ela me olhou com olhar vazio. Suas mãos tremiam e seu celular não parava de apitar, mas mesmo assim seus olhos estavam focados nos meus.

-Bom, isso é seu não quis colocar na mala para não estragar.- Disse entregando o urso a ela.- A propósito isso ainda continua sendo seu, eu não quero.- Terminei indiferente dando a ela novamente sua aliança e sua corrente, fechei a porta do carro com força e suspirei.

-Amanhã, festa aqui em casa, meu aniversário vocês sabem, começa as dez sem hora para acabar, espero vocês ok!- Falei para Dallas e Miley que me olhavam apreensivas.

-Essa é minha garota, pode deixar que eu venho, minha ilustre presença é necessária para arrasar.- Miley respondeu me abraçando e beijando minha bochecha entrando em seguida no carro.

-Eu to do seu lado tudo bem, ela pode ser minha irmã, mas não significa que eu não queria estar com você ainda, não se afasta de mim ou eu te arrasto de volta. Vai com calma com suas loucuras e se quiser fazer a maior loucura da sua vida me chama que eu vou junto, e relaxa que a dor passa, uma hora ou outra as coisas ficam bem. Se cuida pirralha.- Dallas falou enquanto ,e abraçava, e por algum motivo ela naquele momento me fez rir, mesmo estando mal ela me fazia sorrir, eu contava com ela para tudo.

Antes que elas fosse embora eu voltei para casa, porém quando me virei para atravessar a calçada uma garota maluca correndo trombou em mim fazendo com que nós duas caíssemos, logo vi Miley descendo do carro e vindo até nós duas.

-Meu deus me desculpa mes... Pera você é e (S/n), meu deus quantos milhões de anos, garota você mudou.- Falou a garota misteriosa, porém olhei para seu rosto e automaticamente me lembrei, Laura minha primeira namorada, muito antes de eu ficar famosa.

-LAURA? Que saudades de você, ta maluca de quase me matar assim?- Falei brincalhona com ela.

-Bom vocês se conhecem e estão bem, vou indo até amanhã (S/n)!- Miley disse assim que eu e Laura nos levantamos.

-Garota você mudou muito como assim Laura senti sua falta desde que você mudou!- Falei para ela.

-Poisé, depois que eu me mudei acabei fazendo faculdade em San Fransisco e agora acabei de me mudar para a casa 28 aqui da rua.- Falou animada.

-Vamos entrar?- Perguntei.

-Claro, agradeço que você não ache que é muito legal para mim.- Disse sorrindo o que me fez sorrir junto, peguei em sua mão e entramos em casa, logo gritei a Justin para se apressar e então nós sentamos para conversar.


DEMI POV


Quando chegamos em frente a minha, ou melhor, a casa da  (S/n), Dallas e Miley logo subiram para pegar minhas coisas enquanto eu esperava no carro com meu celular. Desde ontem ele não para de apitar, Nicki está maluca com a imprensa, desde que (S/n) saiu ontem todos querem saber o que aconteceu com a gente, o que é ruim porque não estou com muita condição de falar qualquer coisa. Antes que as duas entrassem na casa vi Justin atendendo a porta e deixando- as entrar, logo em seguida vindo até o carro.

-Espero que esteja feliz, você conseguiu, ela está completamente sem chão, ela nunca se embebedou como fez ontem e ainda dirigiu até aqui, fico feliz que você conseguiu fazer de tudo para arriscar a vida de alguém que dizia amar. A além de tudo saiba que perto dela você não chega mais, ela está jogada no sofá com olheiras e seu rosto mostra que no mínimo ela chorou a noite toda, enquanto você estava com sensação de missão cumprida, conseguiu você quebrou o coração da baladeira dos estados unidos, meus parabéns, você é incrível.- Ele falava com ódio e sua voz era carregada de raiva, as palavras dele me atingiam e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele saiu do carro batendo a porta.

Eu também estava sofrendo com isso tudo, estava doendo tanto em mim quanto estava doendo nela, eles estão esquecendo que eu também a amo, mas eu simplesmente não podia continuar as coisas sem saber o porque, eu não sabia descrever os motivos para amar (S/n), e isto devia ser tão fácil, mas por alguma razão eu não sei quais são os meus.
Estava sozinha no carro por mais ou menos uma hora e meia e com meu coração rachado coube a mim esperar que as coisas melhorassem, eu já não tinha mais forças para chorar, não tinha forças para sorrir, eu só conseguia ficar em silêncio.
Por fim eu acabei ficando ali por duas horas e pouco, meus olhos se prenderam em (S/n) assim que a vi aparecer na porta com minhas malas, percebi que ela não fazia idéia que eu estava ali, os vidros eram escuros demais para que ela percebesse, as três colocaram as malas na parte de trás e antes que Miley pudesse para-la (S/n) abriu a porta para deixar o meu ursinho de pelúcia que ela havia me dado. A surpresa em seus olhos ao me ver ali, mas principalmente quando seus olhos ficaram marejados meu coração se partiu como vidro. Ela ergueu então sua  mão até mim entregando o ursinho.

-Bom, isso é seu não quis colocar na mala para não estragar.- Disse-me entregando o urso.- A propósito isso ainda continua sendo seu, eu não quero.- Falou me dando a aliança e o colar e sem seguida batendo a porta do carro.

No momento que estávamos saindo dali uma garota esbarrou em (S/n) o que me fez pular para abrir a porta do carro, antes que eu saísse Miley segurou em minha mão e me olhou seria saindo em seguida. Segundos depois (S/n) e a garota saíram de mãos dadas e nós fomos para casa em silêncio. Elas estavam estranhas comigo, aquele silêncio me deixava pior do que eu já estava antes.

-Vocês vão mesmo fingir que eu não existo?- Falei embargando minha voz.

-Porque faríamos isso? Pelo fato de você ter ferrado com alguém que amava você como nunca ninguém te amou? Que isso estamos de boa com você.-  Miley respondeu fria.

-Está doendo em mim, porque vocês não podem ver o meu lado também?

-Você ta sofrendo porque quer Demi, quem terminou com ela foi você e fez isso vejamos dois dias antes do aniversário dela.- Dallas disse sem olhar em meus olhos do mesmo jeito frio de Miley.

-Como você se sentiria em estar com alguém todos os dias e não saber o porque?- Disse já chorando.

-Como você se sentiria se a única pessoa que você amou e deu tudo para fazer ela feliz terminasse com você sem um bom motivo e dois dias antes do seu aniversário? Porque sabe isso é como a (S/n) se sente, eu não vou te defender, porque a única coisa que você pode fazer é se conformar que você mandou a única pessoa que te amou infinitamente embora. E acredite os estragos disso tudo estão na (S/n), se você tivesse a visto lá dentro estaria entendendo melhor.- Dallas disse seria desta vez olhando em meus olhos enquanto Miley ainda dirigia sem falar uma palavra.

Naquele momento meu mundo caiu, meu coração que antes estava rachado agora estava partido e nada mais fazia sentido, eu tinha feito a única coisa que havia prometido nunca fazer. Quebrei o coração dela e fui embora, assim como todos fizeram.


domingo, 7 de dezembro de 2014

Reasons

Cheguei em casa e deixei o carro em frente a garagem, estava com preguiça de colocá-lo para dentro, entrei em casa trancando a porta em seguida, olhei em volta percebi extremo silêncio, acabei estranhando afinal Demi sempre deixa a televisão ligada ou algum tipo de barulho porque não gosta de ficar sozinha, procurei-a por todo andar de baixo e quando não a encontrei subi as escadas para olhar nos quartos ou na sala de música, revirei tudo achando-a sentada em uma poltrona na sacada de um dos quartos de hóspedes olhando para o céu. Ela estava quieta e dispersa observando o nada e provavelmente pensando em tudo, ela sempre ficava assim quando estava escrevendo uma música porém desta vez era diferente, não havia nenhum violão ou papéis em sua volta, ela estava apenas ali perdida em pensamentos enquanto via uma imensidão a sua frente.
Lembro-me que quando ela veio morar aqui ela havia dito que aquele quarto era o mais confortante de toda a casa e que por algum motivo ela amava estar ali. Sempre que acordava no meio da madrugada ou estava sem sono ela vinha se sentava com seus fones de ouvido e ficava ali até que conseguisse voltar e dormir, nunca pude a entender, aquele quarto era o menor de toda a casa e particularmente eu não gostava de estar nele por muito tempo, mas com ela era estranho pode-se dizer que ela se encontrava quando estava ali.
Caminhei até ela a abraçando por trás, me abaixei um pouco beijando sua bochecha vendo-a colocar sua mão em meu braço, meu coração se pausou assim que eu percebi que ela estava chorando, apertei meus braços em sua volta e vi suas lágrimas descendo pesadas, eram lágrimas lentas, qualquer um que a visse perceberia que era desespero, ela não soluçava e nem chorava sem parar, era um choro restrito e sua dor caia como uma âncora por seu rosto.
Peguei uma cadeira e coloquei ao lado dela, entrelacei nossos dedos e permaneci silenciosa até que ela sentisse que queria falar comigo, Demi era assim nunca gostou que perguntassem a ela motivos ou razões enquanto ela chorava, a irritava se alguém o fizesse, então eu só precisei esperar seu choro cessar para olhar e ver seus olhos tristes como nunca antes.

-Você quer me contar?- Perguntei delicada. Vi que ela assentiu.- Qualquer coisa que esteja te machucando você pode me dizer tudo bem amor?- A vi assentir novamente.

-Porque você me ama?- Demi perguntou olhando em meus olhos.

Naquele momento eu travei, meu corpo travou, e pude sentir meu coração parando e batendo mais devagar, nunca havia pensando realmente nos meus motivos para amá-la, quando pensava na Demi sabia que era amor, eu amava suas atitudes e como nossos corpos se atraiam, mas nunca realmente tinha pensando no que ela acara de me perguntar, antes que eu abrisse a boca para falar ela prosseguiu.

-É isso, você não sabe. Sinceramente eu acho que também não sei quais meus motivos para te amar e isso estava me incomodando, eu quero estar ao seu lado podendo listar todos os motivos pelos quais eu te amo e simplesmente eu não sei quais são eles porque você também nunca soube, você pensava que sabia (S/n).- Falou deixando mais algumas lágrimas escaparem.

-O que aconteceu meu amor? Eu te amo e você sempre soube disso, eu te amo e sei que você me ama também isso basta!- Falei com um nó em minha garganta.

-As coisas ficaram estranhas para mim, mais estranhas do que eu posso lidar. Em uma entrevista de rádio eles tocaram sua música e depois me perguntaram sobre você e eu sabia as respostas porque o meu coração é seu, mas eu me lembro do locutor dizendo "o amor será eterno quando você encontrar alguém que te de motivos para amá-la e saiba todos os motivos pelo qual ama você", eu quero achar motivos mas se alguém me perguntar agora qual os meus motivos para te amar eu não saberia e isso me machuca porque é um passo distante que eu dou de você a cada dia, e você sabe estamos tão distantes ultimamente, eu não gosto disso, você se afasta cada vez mais de mim.- Ela falava e suas palavras eram pesadas, eu estava carregando o peso de todas as elas, Demi ainda chorava e se aquilo estava a machucando, estava para mim me destruindo.

-Para Demi por favor para. A gente pode encontrar nossos motivos juntas, só para de dizer isso, eu sei como as coisas costumam terminar e está doendo o suficiente. Eu não preciso de motivos para te amar e não preciso saber eles porque eu sei e sinto que te amo, eu das coisas que eu nunca faria pra não te machucar, e eu sei destas coisas exatamente por eu te amar, então por favor para.- Falei segurando em seu rosto.

-Desculpa (S/n), eu não posso, me machuca a cada dia ver tudo acontecendo a minha volta e te ver entrar por aquela porta e sentir um peso em minhas costas por não saber coisas que a mais de um ano eu deveria saber. Eu te amo garota, e isso machuca muito, mas eu não posso continuar do jeito que as coisas estão, isso vai machucar mais a mim do que qualquer um, mas te ver dando o mundo sem ter uma razão para fazer isso me destrói, porque eu quero ter uma certeza, que eu ainda não encontrei.- Demi falou retirando sua aliança e colocando-a em minha mão, deixou um beijo em minha testa e secou minhas lágrimas com seu polegar, segurei suas mãos e a beijei, pela primeira vez eu não queria aquilo, era tristeza, aquele beijo era triste, nunca havia provado nada igual e aquele momento me destruí, ela se afastou de mim negando com a cabeça, soltou suas mãos e antes de sair me olhou enquanto se encostava na porta.

-Vou estar na minha casa, amanhã peço a Dallas e Maddie para virem aqui pegar minhas coisas, tudo bem? Eu só quero que você saiba que eu te amei todos os dias que estive com você, e provavelmente ainda vou te amar, porque não posso ter meu coração porque ele é seu.

-Se você me ama porque está indo embora?- Disse levantando minha cabeça e junto com lágrimas a encarando.

-Não faz assim, isso não é um conto de fadas, você sabe que eu te amo, mas você não tem certeza sobre nós duas, assim como eu também não tenho...- Ela falava e parou no meio de sua frase quando me viu abaixar a cabeça e deixar as lágrimas escaparem, ela tirou o colar que eu havia dado a ela no nosso aniversário de um ano, um coração com uma pequena foto dentro e uma frase gravada "se você sente, será eterno", ironicamente agora ela deixava para trás o eterno, ela deixava um buraco ali, algo muito fundo para que eu pudesse tampar. Vi a porta de casa se fechar, caminhei até a janela e a vi saindo com o carro, quando meus olhos a perderam de vista eu percebi, ela havia ido embora.

Olhei a minha volta e aquela imensa casa nunca havia parecido tão grande, as coisas eram maiores e um estava tão pequena e sozinha ali, a aliança e o colar de Demi ainda estavam na minha mão e era difícil olhar e ver isto fora do corpo dela, aquilo não era meu, aquilo era o nosso para sempre e pesava saber que agora não era nada. Subi novamente e entrei no quarto, que eu e Demi dormíamos, tudo esteva perfeitamente arrumado exceto pela cama que estava com os lençóis esmagados, Demi nunca arrumava a cama e eu tinha preguiça de fazer isso, assim que olhei aquele quarto lembrei de tudo que ele guardou,de noites que nela vivemos e de segredos que só as paredes ouviram, tanta coisa aconteceu ali, tanta coisa que começou ali, caminhei até a cama e me sentei, os lençóis tinham o cheiro forte do perfume doce que Demi usava, assim que suspirei o cheiro entrou pelas minhas narinas ao mesmo tempo em que as lágrimas desceram, no canto do quarto havia um violão que eu e Demi havíamos comprado e desenhado com canetas permanentes, do outro lado uma televisão gigante em cima de uma estante, junto a ela vários porta retratos estavam ali, fotos que eu havia tirado, fotos que expressavam tudo o que eu não conseguia dizer em palavras, haviam fotos nossas ali, na praia, no quarto, no cinema, no dia em que eu a pedi em namoro e mais a frente havia tudo, no closet todas as nossas roupas, sapatos, bolsas, tudo, nossas roupas misturadas como se fossem de apenas uma pessoas, eram nossas coisas ali ainda juntas.
No cantinho da nossa sacada percebi uma caixa aberta, a caixa de todas as nossas milhões de fotos que havíamos tirado, sempre revelamos tudo que tínhamos e guardávamos para que sempre pudéssemos sentir como aquele dia havia sido. As fotos estavam espalhadas, Demi havia as visto e mexido nelas antes que eu chegasse em casa, queria saber o que se passava em sua cabeça enquanto via as fotos e talvez então eu poderia ter evitado que ela fosse embora.
Ficar ali dentro estava me deixando ser ar, tudo ali era sobre nós duas, afinal aquela casa nunca mais será a minha casa, sempre que eu entrar por aquela porta eu lembrarei que um dia esta foi a minha casa com a Demi. O relógio marcava nove horas da noite, meu peito ardia em chamas e estava doendo mais do que eu podia suportar, coloquei uma roupa inteiramente preta de couro com uma camiseta branca e um tênis branco acompanhado de meus óculos escuros, coloquei meu celular no bolso de trás da calça e peguei as chaves do meu carro, eu ainda chorava mas meus óculos cobriam tudo, fui em direção a uma boate lotada iria fazer o que sempre fiz, evitar a solidão bebendo.
Cheguei rapidamente estacionando meu carro rapidamente e descendo chamando a atenção de todos que estavam por perto, logo vi várias pessoas com celulares me filmando, entre na balada e me dirigi até o bar. Peguei duas doses de tequila que desceram queimando e depois um copo de vodka com limão que fez o mesmo caminho descendo pela minha garganta, me joguei no sofá da sala VIP deixando a música alta invadir meus ouvidos, a cada segundo ali dentro minha visão piorava e minha cabeça ia para outro lugar. Duas garotas se aproximaram e trouxeram mais bebida, uma delas se levantou e saiu e a outra se sentou em meu colo.

-O que (Seu nome completo) está fazendo na balada sozinha?- Perguntou a loira alta.

-Procurando por problemas e um pouco de diversão.- Respondi falando em seu ouvido.

-Acho que a Lovato não vai gostar nada disso.- Disse me encarando.

-Ela não tem nada haver com a minha vida.

-Então você quer um pouco de diversão é?- Perguntou novamente se insinuando.

-Quero… Mas não com você. Vaza!- Disse a tirando do meu colo e a vi saindo enquanto bufava irritada.


Continuei lá por mais umas três horas, quase quatro, por volta de uma da manhã resolvi ir embora, estava bastante alterada e já havia bebido muito mais do que deveria, mal conseguia me locomover o que resultava em mim trombando em muitas pessoas. Estava me sentindo comoves tivesse vinte anos novamente, o que era engraçado. Quando sai pela porta da frente da balada me deparei com milhões de paparazzis, o segurança da boate perguntou se eu precisava de ajuda e eu apenas neguei desajeitada.

-Eaí rapazes qual é a boa da noite?- Perguntei com a voz embargada pela bebida.

-O que aconteceu com você? Nunca mais te vimos por aqui.- Um deles perguntou depressa enquanto eu ia até meu carro.

-Uma morena também precisa de diversão não é mesmo! Sóbrio não é sexy, bebida te deixa muito mais sexy.- Respondi com palavras enroladas rindo da minha própria situação.

-Sua namorada não irá gostar nada de saber que você está aqui.

-E quem disse que eu tenho uma namorada?- Falei esnobando a eles que ainda tinham suas câmeras apontadas para mim.

-A Lovato está bem? Como vocês estão?

-Eu tenho cara de pombo correio, não sei da vida dos outros não, mal sei da minha.

-Então é oficial você está solteira?!

-Por acaso tem alguém aqui ao meu lado? Então acho que você tem sua resposta.- Falei vendo meu carro a poucos metros de mim.

-Demi Lovato realmente não faz mais parte da sua vida?- Perguntou e estava me irritando o fato de tudo ser sobre a pessoa que foi embora da minha vida.

-Se ela fez ou não o importante é que você pode fazer isso... Olhe para a luz e veja "Who is this girl named Demi Lovato?".

Falei e entrei no carro ignorando tudo que eles estavam dizendo, aquilo não estava me fazendo bem retirei meu óculos e encostei minha cabeça no volante do carro, levantei a cabeça e as lágrimas passaram a escapar, estava doendo fingir que eu não me importava e mais ainda estava doendo não te-la por perto, várias pessoas estavam tirando fotos enquanto eu chorava e saia dali, quando o espaço se abriu eu acelerei meu carro depressa saindo o mais rápido que eu podia e conseguia devido a bebida. Desajeitadamente acabei conseguindo chegar em casa, deixei meu carro atravessado em frente a garagem e entrei em casa, como não conseguiria subir as escadas apenas tirei minha camiseta e me joguei no sofá, minha cabeça doía e rodava e tudo que eu pensava era em como eu queria Demi de volta e comigo, no meio de lágrimas eu acabei adormecendo no sono mais pesado que eu poderia ter, lembrando de tudo que ela fazia e de como era ruim dormir sabendo que amanhã eu acordaria e ela não estaria aqui, bêbada e apenas de calça e sutiã em adormeci no sofá na esperança que amanhã cedo parasse de doer, mas eu sabia que no fundo eu estava me enganando. Eu a amo e irá doer todas as vezes que eu pensar que não posso a chamar de minha.


…