sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Glass Door

Não poderia nem por um segundo dizer que estar com a Demi era ruim, porque trazia paz, porém eu não sou esse tipo de pessoa que esperam que eu seja, sinceramente não quero me perder, sair do meu caminho nem tampouco esquecer as coisas que são importantes pra mim. Geralmente eu sou considerada uma péssima pessoa, ou apenas a garota que todos querem beber junto com ela, talvez eu possa ser mais que isso, talvez eu possa ser alguém que mostre para o mundo o significado do amor... Quem eu estou querendo enganar? EU NÃO SEREI ASSIM.
Duas entrevistas e um show, o que para muitos era visto como ótimas novidades me faz pensar por alguns segundos "Sem festas" já que não posso subir no palco bêbada ou algo do tipo e muito menos aparecer mundialmente falando besteiras no programa de tv.
Depois daquela noite duas semana atrás com a Demi não a vi mais, conversei com ela umas duas vezes por mensagem apenas para matar tempo e só isso. Justin tinha praticamente se mudado para minha casa com a desculpa de que não gostava de ficar sozinho e Miley estava no Texas para uma série de shows. Quando finalmente tive coragem de me levantar desci para cozinha vendo Justin falando ao telefone sentando na banqueta, peguei suco e uma maçã na geladeira esperando ele terminar de falar no telefone.

-No fiestas então?- Disse depois que terminou de falar ao telefone.

-Só semana que vem essa semana tenho que parecer legal.- Respondi.

-Tudo bem para você se eu trouxer uns amigos aqui amanhã?.- Ele perguntou tomando um gole do meu suco.

-Eu não estarei em casa amanhã o dia inteiro então desde que você não quebre a minha casa estou de boas.- Disse a ele

-Por isso que você é a melhor (Seu apelido).

Poucas horas depois eu já estava no carro de Drew indo em direção a alguma rádio importante para fazer o de sempre, responder algumas perguntas e divulgar minha música, é sempre um pouco tedioso fazer isso, porém as vezes pode se tornar bem interessante se você tem a oportunidade de falar o que quiser. Desta vez por algum motivo eu estava apreensiva sobre o que perguntariam a mim, não é algo normal eu meu sentir assim, afinal de contas são apenas algumas perguntas simples, nada muito complicado de responder, ao menos eu acho.


-Eles irão perguntar sobre aquele assunto, você sabe não é?- Drew questionou enquanto mantinha a concentração no trânsito.

-Todo mundo já esqueceu isso cara relaxa.-Respondi tranqüila

Maldita boca, Drew tinha uma maldita boca, depois de uns quinze minutos de entrevista de música rolando eis que sem mais nem menos e me pegando desprevenida, sou questionada sobre o assunto que declarei estar morto, mas que pelo visto todos ainda lembravam e era algo que o mundo precisava saber. Geralmente consigo sair de situações de risco facilmente, dou alguma desculpa esfarrapada e saio de mansinho de tudo, porém eu estava tão desligada e sem nenhuma carta na manga que minha primeira reação foi olhar para o Drew e engolir a seco logo em seguida dar uma leve risadinha. Como diabos eu poderia sair desta situação?

-Então (S/n), você realmente tem uma relação com a cantora Demi Lovato?- Perguntou de supetão
-Bom, hm, sabe...- Eu estava tentando com todas as minhas forças enrolar aqui o máximo possível até eu ter uma resposta coerente e convincente pode-se dizer.- Então na verdade nos duas não temos nada afinal de contas eu nem a conheço, nunca nem falei com ela por mais de dois segundos, como eu poderia ter alguma relação com hm, alguém que eu nunca conversei, e vejamos ela é sabe, hm, santinha demais para mim.- Finalizei dando um longo suspiro depois de olhar para Drew que mantinha uma expressão aliviada.

-Então você quer dizer que diria "Não" para Demi Lovato?

Ok isso já estava virando perseguição, este é o problema de tentar sair de algo embaraçoso, eles sempre te pegam pelo pé e te arrastam de volta ao mesmo ponto onde você estava antes. Eu não podia dizer que falaria um "Sim" a Demi, seria contraditório ao que eu disse inicialmente, mas se eu concordasse com ele teria problemas com isso. Cogitei por segundos em sair correndo ou fingir estar passando mal, mas isso traria muito tabloides pra mim e eu não quero preocupar ninguém, essa maluquice toda só me deu uma certeza, nunca vá para a casa de alguém enquanto se está bêbado.

-Ela é A Santinha de LA eu diria hm, um não.- Respondi deixando toda a minha cara de pau ativa.

Logo que a entrevista acabou Drew mandou um motorista me levar até o hotel enquanto ele checava todas as papeladas chatas do nosso jatinho e do que faremos amanhã no show em Londres. Quando chegamos em frete ao hotel avistei um acúmulo grande de fãs esperando por mim, acho incrível como eles conseguem saber onde eu vou estar a cada segundo do dia. Com cuidado sai do carro com meus dois seguranças passando então com facilidade por meio dos fãs, como dizem que nada pode ser fácil demais quando estávamos entrando no hotel, eu fiquei distraída em pegar um ursinho de pelúcia que estavam me dando e acabei batendo minha cabeça com muita força na porta de vidro que eu juro de pé junto não estava ali antes, me senti tonta automaticamente e tudo estava girando tão depressa que pode-se considerar que eu estava bêbada. Amparada pelo Big Rob um dos meus seguranças fui até o sofá da recepção para recobrar minha consciência enquanto o check in estava sendo feito, o grande problema surgiu quando me levantei na esperança de ir até meu quarto, me lembro apenas de levantar, ouvir as garotas do lado de fora gritando e alguém me segurando, e então tudo ficou preto.
Voltando a minha consciência normal senti minha cabeça quase explodir e com minha inteligência rara fiz questão de abrir depressa meus olhos o que com toda certeza ajudou a tontura bater na porta dizendo oi. Rapidamente fechei meus olhos novamente e esperei até abri-los aos poucos com mais calma, vi então um médico ao meu lado, Drew falando ao telefone com alguém que deduzi ser minha mãe já que ele falava extremamente educado e dizia algo como "Sim senhora, eu vou cuidar dela senhora está tudo bem" e Rob de pé ao lado da minha cama.

-Como se sente?- O médico me perguntou.

Semi cerrei os olhos para enxergar o nome no crachá dele, Matt O'Parck.

-Sinto como se um martelo estivesse sido jogado contra a minha cabeça e alguém dentro dela resolveu fazer uma obra.

-Impressionante o fato de você fazer uma piada estando com sua cabeça provavelmente latejando.- Acrescentou risonho.

-Não foi bem uma piada mas enfim faça parar por favor.-Supliquei

Três comprimidos e uma bolsa quente foi o que eu recebi para conseguir voltar a não ter dor, o médico com sobrenome estranho já havia ido embora enquanto Rob e Drew resolviam todas as notícias sobre eu ter desmaiado, obviamente muitas revistas desocupadas dirão que eu estava bêbada ou algo do gênero e é isso que eu preciso desmentir, e posso fazer isso facilmente usando meu Twitter.

"Maldita porta de vidro! Ja estou bem pessoal, apenas me concentrei demais em pagar o urso de pelúcia e acabei esquecendo da porta de vidro, está tudo bem agora, xoxo ❤️"

"Não acreditem no que eles irão dizer, eu não estava bêbada, só não me dou muito bem com este tipo de porta hahahaha"

É estranho para mim as vezes a maneira como as coisas aconteceram, eu nunca tive como sonho da minha vida ser famosa ou algo do tipo, começou como uma brincadeira e como na verdade um trabalho de escola, e de um dia para o outro tudo estava girando ao meu redor e já haviam pessoas lotando lugares para me ouvir e criando audiência para me ver na televisão. Para alguns pessoas que são expostas a mídia são pessoas de sorte, para outros pessoas assim são as mais tristes, do meu ponto de vista eu não posso me considerar imensamente feliz muito menos depressiva, as oportunidades que eu tenho e a maneira como eu posso levar a minha vida é maravilhosa entretanto é preciso ter uma ótima cabeça quando se é colocado em um posto onde você passa a crescer em frente a câmeras. Todos tem dias que estão para baixo ou apenas precisando ficar em silêncio, dar uma volta e respirar ar puro, e fazer isso pode me causar vários problemas pois apenas para sair de casa eu já preciso de um segurança ou preciso sair de supetão para ninguém saber onde estou indo. Muito disto que me rodeia é sobre positividade, manter um sorriso no rosto quando na verdade se quer chorar, isto é algo que se aprende ao longo do tempo, se você passa a sorrir na frente das câmeras elas não irão te massacrar com perguntas como "o que houve?" "Você está bem?" "Algum novo termino de namoro?", simplesmente você começa a parecer imensamente feliz e acaba por trás disso encontrando a paz que era necessária.
Crescer nunca foi uma coisa boa, nem tampouco fácil, e se quiser dificultar mais ainda e se colocar a beira de um abismo tente crescer em frente ao mundo todo, sendo todos os dias julgada por ser algo que é uma mentira. Seu interior da milhões de voltas, porque enquanto você tenta se encontrar o mundo todo está te puxando para baixo, pois é isso que eles fazem, ficam do lado de fora apenas esperando você cair e então ganhar algum dinheiro estampando suas lágrimas na capa de uma revista.
Levantei-me logo depois que Drew avisou que daqui uma hora teríamos que ir até o avião, mantendo meus pensamentos longe fui até minha bolsa e peguei um cigarro indo em direção ao frigobar pegando um energético, isto não faz nada bem para minha voz, mas agora esta me fazendo muito bem para acalmar minha cabeça. Liguei o meu celular no aleatório e preenchi a enorme sacada do meu quarto com uma música qualquer, sentei-me em uma cadeira apoiando meus pés na mesa e em seguida olhando para o céu, estava escuro sem nenhum resquício de luz solar forte, este é o problema de LA o clima bipolar, a horas atrás o sol estava raiando e estava um calor absurdo, é um pouco estranho porém acolhedor quando o céu está escuro como a noite mesmo sendo apenas 12:57.
Parando para pensar eu nunca gostei muito de verão, sol, piscinas, calor, suor, praias, não é exatamente o que me agrada, quando o inverno chega eu passo a respirar tranqüila o clima gélido traz um conforto imensamente grande,  e tudo que cerca o inverno me traz lembranças boas com minha família, além é claro que fazer shows, gravar algo e dar entrevistas é muito mais fácil, já que eu não preciso retocar a maquiagem de dois em dois minutos por conta do suor.
Depois de matar o tempo esperando Drew me chamar, o ouvi na porta dizendo que nós já poderíamos descer, minhas malas já aviam sido levadas então apenas peguei minha bolsa e meu celular e parti em direção ao carro que nos levaria até o jatinho.

-Nós contratamos Fifth Harmony para abrir o seu show, tudo bem por você?- Drew iniciou enquanto eu mexia no celular.

-Sério que você conseguiu elas?! Vai ser incrível.-Respondi vendo Drew suspirar um pouco aliviado demais.- O que você aprontou?

-Eu contratei elas como sua abertura até os próximos 25 shows.- Disse sem jeito esperando minha reação.

-Você é um filho da puta que faz as melhores coisas sem eu saber, é incrível elas abrirem tanto tempo meus shows, aqueles garotas arrasam.-Disse risonha o encarando.

Depois de voltar minha atenção ao meu celular percebi que Justin havia me mandando uma mensagem com um link para algum vídeo de entrevista de alguém, abri o link e esperei carregar com um certo medo já que a mensagem do Justin não era muito tranqüila "OLHE ISTO AGORA TEMOS PROBLEMAS!".
Estava olhando o vídeo que se tratava de uma prévia de uma entrevista da Demi, no último minuto ela foi questionada com "Como vai a (S/n), Demi?", que respondeu rapidamente com um sorriso irônico no rosto "É melhor você perguntar isso a ela ou a alguém que não seja A Santinha de LA!". Pelo que eu e qualquer um pode perceber ela não ficou muito feliz com o que eu disse na radio, e agora eu tinha um pequeno problema.


...

Um comentário:

  1. Iiihh me ferrei kkkkkkk
    To amando a fic,demais!!!
    Continua please...

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