segunda-feira, 29 de setembro de 2014

The Call

Sabe aqueles momentos que tudo está dando certo demais e você acaba por ficar com receio esperando tudo desmoronar e dar errado de alguma forma? Nunca fique em conforto demais quando as coisas derem certo, espere pelo pior, porque as vezes, ele chega mais rápido do que se pode acompanhar.
Justin e eu já havíamos gravado três musicas para nosso álbum, porém havíamos liberado apenas uma que foi um completo sucesso, juntos ocupamos o topo da Billboard Hot 100 por dias consecutivos, Scooter e Drew não podiam estar mais ocupados, afinal quando uma música estoura em poucos minutos todos querem gravar entrevistas, eventos e apresentações ao vivo, além disso estávamos cogitando uma turnê para breve.
Neste momento eu estou sentada nos pequenos degraus na frente de casa esperando Justin e Miley chegarem com as malas, é oficial ele irá mesmo morar comigo, e a Miley foi arrastada junto para ajudar ele a arrumar as coisas, ouço o barulho auto do motor de uma moto e segundos depois vejo uma garota com roupa de couro passando como um jato em frente a minha casa e logo em seguida meus dois cabeçudos preferidos com um Fisker Karma prateado, esse garoto ama chamar atenção mesmo.

-Meu deus você viu aquela maluca com a moto, ela quase arranhou o meu carro e cortou a minha frente.- Justin disse indignado.

-Ta bom senhor irritadinho seu carro está sem nenhum arranhão vamos levar as coisas pra dentro.- Miley disse batendo na cabeça dele.

-Oi pra vocês também né!- Falei aos dois.

-Eai gata, pronto para altas aventuras com o papai morando na sua que agora é nossa casa?- Ele disse me abraçando.

-Oi (Seu apelido) agora que eu sei como encontrar os dois juntos vou viver aqui.- Miley disse risonha me abraçando em seguida.

-Eu to completamente ferrada.- Disse fazendo eles rirem.- A regra é nada de sexo na mesa da cozinha e muito menos no meu quarto.

-Eu já quebrei essa regra então.- Justin falou me fazendo abrir a boca nunca grande O.-Brincadeira, brincadeira.

Depois de umas três milhões de horas em função de arrumar todas as roupas, tênis e bonés do Justin nós três nos sentamos cansados na cama. Já havia pedido para Mary preparar lasanha para o jantar e o cheiro já estava chegando até o quarto.

-Mary cozinha muito bem, cê ta sentindo esse cheiro?- Miley se pronunciou quebrando o silêncio.

-Eu acho que ela não ficaria muito brava se nós fossemos lá provar, o que vocês acham?- Disse vendo os dois se levantaram rapidamente.

Subi nas costas do Justin e nós descemos então até a cozinha, quando Mary nos viu já tratou de dar uma risada longa, com toda a certeza estávamos com cara de crianças de quatro anos, fomos até as panelas provando a comida que estava uma delícia logo sendo expulsos de la já que estávamos atrapalhando ela, antes que ela corresse atrás de nos, corremos até a sala pulando no sofá e ligando a televisão.
Alguns minutos depois ouvi meu celular no andar de cima tocando, subi correndo não sem antes ouvir Mary dizer para eu ir rápido que a comida estava pronta. Sorri ao ver quem ligava, minha mãe, atendi no mesmo segundo.

-Fala coroa do meu core.- Disse animada.

-(S/n) seu pai, hm...-Ela falou com receio.

-Eu falei com ele a uns dois dias atrás porque?

-Filha.- Minha mãe falou com voz de choro.

-Você ta me assustando mãe, o que houve com o meu pai?

-Um acidente de carro, ele faleceu (S/n), acabaram de me ligar.- Disse ela logo caindo no choro.

Não pude responder mais nada, soltei meu celular no chão sem forças, isto não pode ser verdade, as vezes um coração se parte sem fazer barulho algum, meu coração se partiu em milhões de pedaços e tudo que eu consigo ouvir é nada. Como isso pode acontecer assim, dois dias atrás eu estava conversando com ele por FaceTime e ele estava tão feliz dizendo que a minha música com o Justin era tudo que tocava no carro dele, o sorriso que havia no rosto dele, tudo que eu sempre precisei estava nele e agora eu havia perdido meu porto seguro.
É engraçado como uma ligação pode acabar com tudo o que estava acontecendo de bom, dois segundos que conseguiram me destruir, "ele faleceu" "ele faleceu" "ele faleceu" estava ecoando na minha cabeça me fazendo sangrar, eu não quero dizer adeus, não quero me despedir, quero meu pai ao meu lado de novo. Sempre foi ele que me entendeu, que mesmo depois de tudo que eu fiz de errado permaneceu ao meu lado. Como se pode consertar um coração quando ele está rachado? Ninguém nunca está preparado para perder alguém, como o destino pode brincar assim com alguém, tirar a vida de alguém de uma hora para a outra sem nenhum motivo ou razão plausível?
As lágrimas já escorriam sem controle sobre as minhas bochechas, ouvi atrás de mim Justin na porta me chamando para jantar, eu não consegui me mover nem dizer algo a ele, continuei estática no mesmo lugar, ele veio até mim e me viu chorando logo pegando o celular do chão e falando com a minha mãe ao telefone, o vi desligar e dar um longo suspiro logo vindo me abraçar.

-Calma eu estou aqui, eu sempre vou estar aqui, nós vamos passar por isso.- Falou afagando meus cabelos.

-Ele vai voltar? Porque sinceramente não quero viver em um mundo sem ele aqui.- Sussurrei abraçando Justin com força.

-Gostaria de dizer que ele vai voltar, mas você precisa ser forte, eu não posso mentir pra você.

-Minta, minta pra mim porque a verdade costuma doer tanto, então minta Justin, me faça acreditar na sua mentira.- Supliquei.

-Vai ficar tudo bem, ele sempre vai estar no seu coração, vai ficar tudo bem.

Volto a dizer, sabe aqueles momentos que tudo está dando certo demais e você acaba por ficar com receio esperando tudo desmoronar e dar errado de alguma forma? Nunca fique em conforto demais quando as coisas derem certo, espere pelo pior, porque as vezes, ele chega mais rápido do que se pode acompanhar.
O mundo desmoronou quando eu menos esperava, quando tudo estava completamente perfeito, como eu poderia considerar um mundo sem meu super herói, sem meu melhor amigo, sem meu pai? O que eu gostaria de saber é como eu poderia fazer para parar de doer, porque aqui dentro sinto como se estivesse sendo esfaqueada, como se estivessem retirando uma parte importante de mim sem nenhuma anestesia, existe alguma cura para um coração quebrado?

...

Sinceramente nunca pensei que estaria fazendo isso tão cedo, não pensei que essa hora chegaria tão rápido. Aqui estou eu sentada no banco de um igreja vendo uma foto gigante do meu pai ao lado do seu caixão, seu rosto tinha tanta paz, como se ele estivesse apenas dormindo sonhando com algo incrível, apesar do acidente seu rosto não levou um arranhão. A cada segundo que aquilo se prolongava, eu sentia meu estômago embrulhar mais ainda, esperando com todas as minhas esperanças ele abrir os olhos e dizer que estava de volta, colocando seus braços em volta de mim, eu sabia que não iria acontecer mas me enganar nesse momento me pareceu algo mais fácil a se fazer, como uma válvula de escape.
Senti meu coração parar quando precisei subir no imenso altar dizer o que eu estava sentindo, me despedir, não queria fazer isso mas sinto que preciso. Antes de ir até o microfone deixei uma rosa azul nas mãos dele, a sua flor preferida no mundo todo, deixei também um coração com a letra de uma das minhas músicas, a que ele mas gostava, fui então até o microfone dando um longo suspiro antes de dizer algo, a maneira como todos me olhavam querendo acalmar meu coração de algum jeito, querendo me ajudar, pena, era o que eles estavam sentindo.

-Bom eu não queria fazer isso, porque meu coração sangra quando penso que meu mundo está naquele caixão, dói mais ainda se eu penso que em segundos a felicidade dele de viver acabou, a vida dele foi retirada. Um pedaço de mim, posso dizer que um grande pedaço partiu com ele...- A este ponto eu já chorava mal conseguindo falar.- Eu tenho tanto que eu podia contar, tanto que eu podia dizer para me orgulhar da pessoa que ele foi, mas com toda a certeza vocês que estão aqui já passaram alguns minutos com ele e perceberam que ele foi a melhor pessoa que qualquer um pode conhecer.- Dei uma longa pausa olhando para os vitrais super coloridos da igreja.- Gostaria de conseguir dizer algo, mas não consigo encontrar palavras para fazer isto, bom eu só quero dizer que eu não vou dizer adeus ao meu pai, eu juro eu não posso fazer isso, eu não quero me despedir dele, e não irei.

Caminhei com o microfone até o piano preto que havia no canto da igreja, sentando-me olhando para o rosto de todos ali, vendo os olhares de todos, as lágrimas que caiam, eles estavam machucados e sentindo dor, mas nunca sentirão o que eu sinto neste momento.

-Sabe olhando pra todos vocês aqui eu vejo o quanto meu pai marcou vocês, ele deve estar sorrindo agora, porque ele conseguiu marcar as pessoas, fazê-las felizes. Vou tocar uma música que me traz boas lembranças, uma música que apenas ele ouviu, afinal ele me ajudou a termina-la.

Dedilhei levemente o piano, preenchendo cada canto daquela igreja com as notas crescentes que eu guardo na minha memória, eu nunca fui boa com as palavras, mas com essa melodia eu tenho certeza que qualquer um soube o que estava no meu coração, neste momento eu fiz o que jurei não precisar fazer tão cedo, consegui dizer ao meu pai um até logo, consegui por alguns minutos ver o seu sorriso novamente, consegui sentir seu amor, como se ele estivesse sentado ao meu lado no piano, segurando em minhas mãos guiando meus movimentos, me segurando para que eu não caísse em lágrimas. Sai do piano e fui ao lado de Justin, logo vendo minha mãe subir ao palco, eu não podia ficar mais um segundo ali ou iria desmaiar, eu estava vendo tudo girar e meu estômago estava embrulhado.

-Me tira daqui agora por favor, eu não posso mais ficar aqui.- Falei no ouvido de Justin que logo concordou e pegou na minha mão saindo da igreja.

Apenas sair da igreja e tomar um ar, tudo que eu precisava era fazer isso, porém esqueci que eu sou a (S/n) e estava ao lado de Justin Bieber. Milhões de paparazzi, flashs, câmeras, pessas gritando.

-(S/n) olha para mim, você está bem?- Algum deles disse.

-Olha para a câmera docinho.- Pude ouvir também.

-Sinto muito pelo seu pai, sorria para a foto.- Um homem alto disse.

Nenhuma chance de conseguir me manter de pé, eu não havia nenhuma condição, estava sendo sufocada por milhares de paparazzi querendo uma boa foto para a capa das revistas, me sentei no chão esperando um pouco de energia para passar no meio de todos, Justin se agachou ao meu lado colocando a mão no meu ombro.

-Por favor vocês podem se afastar um pouco?- Pedi a eles que se afastaram porém continuaram com os flashes.

-Qual é o problema de vocês, nem mesmo em um enterro vocês nos respeitam, a família de vocês deve ter muito orgulho em saber que vocês estão sufocando uma garota que acabou de perder o pai em frente a uma igreja.- Justin falou irritado.

Fiquei sentada com Justin ao meu lado por mais uns quinze minutos, até que senti alguém me pegando no colo, olhei para os lados e vi cinco homens com ternos pretos afastando todos os paparazzi nos escoltando dali, o segurança que estava me levando no colo me deu um pano, logo cobri meu rosto evitando ser mais fotografada, chegamos até uma van onde rapidamente entrei seguida de Justin e, espera aquela era Demi? Vi pelo vidro os seguranças fazendo uma barreira em volta da van e fechando a porta evitando que qualquer paparazzi chegasse perto de algum de nós. Mantive o pano em meu rosto enquanto estava encostada na janela ao lado do meu banco, Justin então alcançou a mim meu óculos escuro, logo destapei meu rosto e coloquei-os.

-O que você estava fazendo aqui?- Ouvi Justin sussurrar a Demi.

-A Miley disse o que aconteceu e eu quis vir até aqui ver como ela estava.- Respondeu no mesmo tom em que ele havia a perguntado.

-Até onde eu sei você estava com raiva dela, veio aqui pra que? Ver ela sofrer?- Ele não estava confortável com a presença dela, queria me proteger.

-Eu estava chateada, mas isso não significa que eu não goste dela, precisei vir para dar apoio.

-Espero que você esteja falando a verdade, não ouse machucar ela.- Disse autoritário.

-Calma Justin, não vou fazer isso, como eu disse eu gosto dela só queria ajudar ok.- Demi falou na defensiva.

-Demi?- A chamei.- Você pode sentar ao meu lado por favor?- Pedi

-Hm, claro.- Ela falou vindo e sentando ao meu lado, logo a abracei, senti ela rodear seus braços na minha cintura.

-Obrigado, vamos esquecer o que aconteceu da ultima vez que nós vimos ok, só quero dizer o-obrigado de coração.- Sussurrei em seu ouvido e a senti apertando mais seus braços em minha volta.

-Não há nada a agradecer, amigas brigam as vezes, mas sempre se ajudam.- Disse sorrindo.

-Podemos sair daqui?- Pedi separando o abraço.

-Para onde quer ir?- Justin perguntou.

-Vamos para casa, você pode vir se quiser Demi.- Respondi.

-Iremos para sua casa então.


Com muito esforço os seguranças conseguiram segurar os paparazzi para que nós pudéssemos sair de la, o caminho todo fui abraçado com Justin, ele era o único que sempre conseguiu me acalmar, logo que chegamos em casa subimos até meu quarto, Demi ficou encostada no batente da porta do meu quarto e eu fiquei deitada no peito do Jus, nunca namoraria com ele, nossa relação era como se fossemos irmãos, ele acabou se tornando meu porto seguro com essa bagunça toda, antes de cair num sono profundo vi Demi olhando nós dois deitados na cama e senti Jus fazendo carinho em meus cabelos, em segundos apaguei.

2 comentários:

  1. Você postou /o\/o\
    Nossa cara que barra!Perder o pai é a pior coisa,não quero nem imaginar quando isso acontecer
    Demi protetora,que meiga *-*
    Continua logo gata...

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  2. Perder o pai deve ser foda. O pior pesadelo...
    Demi e S/N aproximadas? Isso é algo relacionado ao sonho, certo?
    Continua, please?
    Kiss, Gata

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